quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


Menina de Mar



Eu conheço uma moça no Rio
que vive banhada de mar
há muito não é menina
mas guarda mistérios a revelar
festeira, animada
sua sede não sacia
no inverno é desejada
no verão é só folia
meio doida, diferente
se destaca das demais
bebe pinga a indecente
e se entrega ali no cais
mostra tudo,
e como é linda
bota o mundo a rebolar
faz dobrar a atenção
quando por ela passar
todos disputam a danada
querem dela algo ser
e ela ri desaforada
só aceita quem for bom
na cabeça ou safadeza
tem que mostrar algum dom
é quando a moça te abraça
e seu carinho arrepia
você vai longe, mas volta
pro seu feitiço de orgia.

Foliana


Virada no tetéu
sambei o amanhecer
observadora vibrante
encinemados sorrisos
coloridos corpos suados
goles de sonho e alegria
molhando as cinzas do dia tal
a cada batida marcada
novos caminhos surgindo
dos nossos passistas pés
Num desvio de harmonia
fui parar na padaria
onde um folião resistente
assoviava aquela canção
que dispara meu peito
surdão
lembrei seus desviante-olhares
e suas bobagens cotidianas
em um compasso ascendente
joguei a vida lá adiante
porque atrás sempre vêm gente
basta rebolar e sorrir
provocada não dei tréla
quando me atacou a saudade
daquela camisa amarela
virei as costas
fui embora
saí cantando faceira
pois tristeza nessa vida
só quem gosta é a jardineira...

"Vem jardineira, vem meu amor ..."

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Indício de Maturidade



Carnaval
sem igual
sóbria
pulei muito
em homenagem
ao frevo
tesourinha
perna fechada
perna aberta
perna aberta
perna aberta
hummmmmmmmmm

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007


Saci - Pereréia


Silêncio.
Noite.
Nem um pio.
Só eu,
Cio,
Rio,
Rodopio.
Passou por mim,
olhou,
não dá outra:
Ô,
vem cá,
Psiu,
Fiu Fiu !