sábado, 24 de março de 2007


No instante pós



não se afaste
permaneça encaixado
não se mexa
só aceite
sinta ser massageado
contraindo pressionando
o que está tão relaxado
me sinto acariciando
com movimento lapidado
repito lenta e sem pressa
durante um tempo incontado
aprecio a delícia
do presente que me é dado
vou ao limite, não escondo
o tesão já renovado
sinto pulsar nas entranhas
seu membro duro tarado
não aguento recomeço
meu eterno rebolado.

* resposta ao Affonso que encontrei quando passava pela Rua do Val.Muito inspirador esse negócio de responder poemas... Adorei usar poetas famosos como musos...


Decidida

Jose(Pepe)Madrid Raya

Andava cambaleante
cheia de paixão nas ventas
via tudo distorcido
e esperava o tal encontro
quando chegou o momento
passado o gelo na alma
é que ela atentou para o fato
o espetáculo era um monólogo
e o moço só queria aplauso
cristaltrincado, porcelanalascada, obturaçãocaída.
Mesmo num só pé
manteve-se sobre o salto
retocou o batom
ao passar pelo espelho
olho vermelho
da lágrima que não caiu

antes do fim do 1° ato
levantou-se chamando atenção
escolheu um alguém que passava
foi levando-o pela mão
deu pra ele a noite inteira
acordou renovada
esqueceu o contratempo
mas jurou aos quatro ventos:
apaixonada?
satisfeita, quero não,
muito obrigada.


Poemanimal



não fez a dívida
mas pagou o pato
engoliu o sapo
sustentou o mico
acreditou no viado
e acabou bancando a anta
vai burra, aprende
na próxima seja rata
esse papo de "gata"
só funciona com as cachorras.

sexta-feira, 16 de março de 2007


Poeminha Nômade

Antonio Porto

voar,ver outros verdes
e voltar a vida
vadiamarelinhadaqui.

sexta-feira, 9 de março de 2007


Mario Lago


Ah quem me dera,
ser do dancing a donzela,
enroscar naquele corpo esguio,
sem dar um pio
só ouvir aquela voz eterna
que num sussurro
me abre as pernas...

*deliciosamente provocada pelo Val, na Rua da Passagem.